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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A Conquista do Brasil nos lembra de conquistar o mundo

Lançado pela editora Planeta de Portugal em outubro passado, A Conquista do Brasil segue com velas enfunadas em águas portuguesas. É um prazer estar na mesma editora portuguesa que tem em seu catálogo autores brasileiros como Lya Luft, Edney Silvestre e Fernando Morais. Grande editora também em Portugal, possui um vasto portfólio, que vai de ficcionistas tão diferentes quanto Jo Nesbo, Carlos Ruiz Zafón e Rick Riodan a personalidades sagradas ou consagradas como Nelson Mandela e o Papa Francisco.
A capa da edição portuguesa

Quando estive em Lisboa, na volta de uma feira do livro em Frankfurt, me dei conta de como era despropositado Portugal ter sido o último país da Europa que conheci. Distante no extremo da península, é uma Europa isolada e única, onde, estranhamente, se falava português.

Eu me sentia curiosamente em casa. A arquitetura lembrava o Brasil colônia: aquelas janelas retangulares, que em Portugal são de pedra branca e no Brasil, onde não havia pedra igual, se utilizou a madeira brasileira,  moldou o jeito de morar e ser do colonizador e nos deu uma herança cultural única no mundo.

Sobretudo, vi em Lisboa algo da educação que recebi de família. Os portugueses são tão cuidadosos que o ônibus anuncia a parada a cada minuto. "Dois minutos para a estação tal... Um minuto para a estação tal... Estação tal".

Os portugueses são europeus no sentido clássico da palavra, educados, cultos e discretos. E seu vinho e sua cozinha são tão familiares quanto deliciosos. Assim como na Itália, eu podia entrar em qualquer restaurante e escolher o prato correndo o dedo no cardápio de olhos fechados.

A Conquista do Brasil me mostrou como esse antigo elo ainda é profundo. Ele não está no passado. Está no dia a dia, no sangue, nos hábitos. Em alguns vícios, também. É uma conexão que nos interessa. Pode nos ajudar a compreender a nós mesmos, e poderia nos ajudar a crescer, a nos lançar também ao mundo, com as caravelas contemporâneas.

O Brasil vive muito preso em si mesmo, tentando resolver sempre as mesmas questões, sem olhar para fora. Temos de ser mais ousados, mais conquistadores, como os antepassados que aportaram nas praias brasileiras, afrontando tantos perigos. O Brasil precisa ser maior. Só assim será melhor também aqui dentro. Para isso, é preciso antes de mais nada querer conquistar o mundo. E atravessar o mar.