quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Um grande ano

Para mim, 2021 foi um ano maravilhoso.

Lancei dois livros para mim muito importantes. Xal, a história da menina de rua que vira líder de rebelião no presídio, é um livro chocante e, para mim, grande parábola dos desafios de hoje. A história de Adriana é um triste Brasil que o Brasil tem de resolver. E isso começa pela nossa conscientização.

A Era da Intolerância fala de outra das minhas grandes preocupações: a influência do mundo global sobre o nosso mundo particular. Fala das grandes transformações da nossa era.
Talvez seja um livro para ser lido daqui a vinte anos, mas, ao estudar para escrevê-lo, aprendi muito. 

Ele mudou minha maneira de ver a era contemporânea. E reafirma os valores da liberdade e da igualdade, minha razão de viver.

2021 foi também um ano de grandes encontros. Fiz um espetáculo de poesia e música no Porto. Em Portugal, fechei um negócio que me abre novas perspectivas. Conheci lugares e pessoas sensacionais. 

Viajei longe, no mundo e para dentro de mim mesmo.

Sobretudo, 2021 foi para mim um ano de amadurecimento extraordinário. Resultado de experiências nem sempre fáceis, descobri um novo e instigante caminho, que me faz ver de novo o futuro com alegria e entusiasmo.

O aprendizado e o auto conhecimento, que trazem a possibilidade de mudar tudo e construir um futuro melhor, fizeram de 2021 um ano revelador e, como consequência, de extraordinário impulso criativo. 

Escrevi mais dois livros, que me descortinam uma nova etapa da vida, e sobre os quais poderei falar em breve.

Dessa forma, estou muito otimista em relação a 2022. Não só por mim, mas pelo exemplo de que, às vezes depois de grande sofrimento, e apesar de perdas e decepções que deixam marcas fundas na vida, podem existir tempos ainda melhores.

Essa mudança só depende de nós. Não se pode esperar pelo que acontece em Brasília ou o que não depende da gente. O Brasil e o mundo começam por cada um.

Claro que ninguém faz nada sozinho. Por isso, quero agradecer aos muitos amigos e pessoas queridas que acompanharam de perto essa minha transformação e me deram um fundamental apoio este ano. Tiveram paciência comigo, me deram comida, me deram carinho, me deram abrigo e me deram o seu bem mais importante, que é a presença.

É bom ainda ter gente em que se possa confiar. É bom ter gente verdadeiramente ao seu lado. Não precisarei nomear ninguém aqui, pois essas pessoas sabem quem são. A elas um especial muito obrigado.

E a todos os meus votos de que em 2022 tenhamos um ano de realização de sonhos, com saúde e mais harmonia, duas preciosidades da vida que urgentemente precisamos resgatar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Britânico lembra o Brasil do que é Brasil


O Brasil anda pra baixo, em crise econômica e de ânimo, desacreditado de si. Foi preciso um britânico para lembrar o Brasil do Brasil.

Lewis Hamilton, 7 vezes campeão mundial, teve neste neste domingo passado (13.nov.2021) o seu dia de Ayrton Senna. E o Brasil teve de volta o seu dia de Brasil.

Há vitórias que definem os melhores. Há vitórias que criam as lendas. Ontem, Hamilton foi Ayrton e foi o início da sua própria lenda.

Tomou punições, teve de largar em 20º no treino, acabou em 5º; punido de novo, largou em 10º e ganhou a corrida. Pegou a bandeira brasileira e levou-a tremulando na volta do triunfo, depois ao pódio. Emocionante, especialmente para quem já viu essa “cena” no passado, a começar por ele mesmo.

Foi preciso um piloto britânico de uma equipe alemã para lembrar o Brasil do que é o Brasil. Ou o que pode ser o Brasil.

O país de Ayrton, das vitórias impossíveis, o país do homem que não desiste, o país do homem que sai das cinzas e mantém acesa a esperança. Ontem o britânico Hamilton, pulsante como um brasileiro, foi Ayrton –e, repito, foi Brasil. Resta ao Brasil ser ele mesmo.