Essa aparente coincidência tem um significado. Há uma relação entre a poesia e o idealismo, às vezes também meio sonhador, que se encontra por trás do espírito de quem se dedica à busca da Justiça pelo Direito. É a força motriz das boas causas, que conduz à ação na vida real.
Digo isto para falar do tempo retratado pelo jornalista José Ruy Gandra no livro “O espírito de um tempo de lutas (Gandra Editorial, 2025), que fala da turma do final dos anos 1970 no Largo do São Francisco, da qual ele foi participante e testemunha.
Uma época em os estudantes de Direito iam às ruas, e não apenas a gabinetes, para mudar o Brasil, dentro de um processo de transformação pela liberdade, que acabou ocorrendo no país e no mundo inteiro. Foi um caso em que os poetas e sonhadores tiveram sucesso.
A ditadura militar havia esgotado o país com a violência, o autoritarismo e seu resultado mais garantido: a incompetência, que levava o país ao desastre. Lutava-se na São Francisco por causas que parecem ser as do poeta, mas são também as cidadão, do político, da humanidade.
Essa juventude, que em meu poema Asas sobre nós chamo de “geração da liberdade”, lutou ates de mais nada pela volta do Estado de Direito, ou seja, o império da lei, com a segurança de quem ninguém pode ser preso arbitrariamente, e todos têm direito à liberdade de opinião e expressão.
Segundo, lutou pela restauração da cidadania e da democracia, com a eleição direta para cargos públicos, de vereador a presidente da República.
Foram tempos em que a força da juventude gerou um movimento cívico sem precedentes, levando o país de volta à democracia e à renovação do poder público como uma garantia de esforço permanente por uma vida melhor não apenas para alguns, mas para todos.
A Constituição de 1988, hoje remendada por interesses espúrios, que devolveram privilégios e apontam novamente o atraso, não foi chamada de Cidadã por acaso. Dava novamente não apenas direitos, deveres e poder ao brasileiro, como lhe devolvia a dignidade.
O livro de Gandra mostra que essa luta, merecedora de figurar mais douradas páginas da Faculdade de Direito mais antiga e respeitada no país, não foi nada fácil. Mas valeu a pena.
A democracia produziu uma era de ouro na vida da geração que a conquistou -- um tempo de relativa paz e progresso extraordinário, que nos trouxe a grandes avanços econômicos e sociais, até a sociedade contemporânea. Seus princípios continuam em pé -- e as distorções criadas por outros interesses não mancham sua razão de ser, mais válida que nunca.
O sistema democrático, mostra o tempo, também gerou distorções e vícios. Isso não significa que suas bases deixaram de ser válidas. Ao contrário. Somente o regime democrático permite ver com transparência os vícios e problemas e corrigi-los, dentro das suas próprias normas, o que não ocorre em nenhuma ditadura.
A ditadura militar havia esgotado o país com a violência, o autoritarismo e seu resultado mais garantido: a incompetência, que levava o país ao desastre. Lutava-se na São Francisco por causas que parecem ser as do poeta, mas são também as cidadão, do político, da humanidade.
Essa juventude, que em meu poema Asas sobre nós chamo de “geração da liberdade”, lutou ates de mais nada pela volta do Estado de Direito, ou seja, o império da lei, com a segurança de quem ninguém pode ser preso arbitrariamente, e todos têm direito à liberdade de opinião e expressão.
Segundo, lutou pela restauração da cidadania e da democracia, com a eleição direta para cargos públicos, de vereador a presidente da República.
Foram tempos em que a força da juventude gerou um movimento cívico sem precedentes, levando o país de volta à democracia e à renovação do poder público como uma garantia de esforço permanente por uma vida melhor não apenas para alguns, mas para todos.
A Constituição de 1988, hoje remendada por interesses espúrios, que devolveram privilégios e apontam novamente o atraso, não foi chamada de Cidadã por acaso. Dava novamente não apenas direitos, deveres e poder ao brasileiro, como lhe devolvia a dignidade.
O livro de Gandra mostra que essa luta, merecedora de figurar mais douradas páginas da Faculdade de Direito mais antiga e respeitada no país, não foi nada fácil. Mas valeu a pena.
A democracia produziu uma era de ouro na vida da geração que a conquistou -- um tempo de relativa paz e progresso extraordinário, que nos trouxe a grandes avanços econômicos e sociais, até a sociedade contemporânea. Seus princípios continuam em pé -- e as distorções criadas por outros interesses não mancham sua razão de ser, mais válida que nunca.
O sistema democrático, mostra o tempo, também gerou distorções e vícios. Isso não significa que suas bases deixaram de ser válidas. Ao contrário. Somente o regime democrático permite ver com transparência os vícios e problemas e corrigi-los, dentro das suas próprias normas, o que não ocorre em nenhuma ditadura.
"O espírito de um tempo de lutas" dá viva memória de como chegamos até a democracia e mostra que este é um caminho sem retorno, embora o preço da liberdade, velha máxima, seja a eterna vigilância -- e inteligência para corrigir desvios.
É a batalha de hoje, quando a democracia encontra grandes desafios, não apenas no Brasil, como no mundo – a luta que os velhos e novos poetas, idealistas e paladinos da justiça terão de enfrentar.
É a batalha de hoje, quando a democracia encontra grandes desafios, não apenas no Brasil, como no mundo – a luta que os velhos e novos poetas, idealistas e paladinos da justiça terão de enfrentar.



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