quarta-feira, 8 de junho de 2022

Suave era a vida


Gerald e Sara: dinheiro e artes que marcaram época
e fizeram a fama da Riviera Francesa
 Junho de 1923, um domingo em Paris. Festa depois da estreia do balé Les Noces, de Stravinsky. Pablo Picasso e Fernand Léger, já dois astros da arte cubista, o escritor Tristan Tzara e centenas de outros convidados da nata da sociedade francesa são recebidos ao som do piano no banquete montado sobre uma barcaça no rio Sena. Há uma grande disputa pelas atenções. Com as floriculturas fechadas em dia santo, as mesas são decoradas com carrinhos, bonecas, bichos de pelúcia, palhaços e outros brinquedos.

Entusiasmado, Picasso transforma a decoração em escultura – uma pirâmide cujo topo é formado por uma vaquinha malhada na ponta da escada de um carro de bombeiros. Depois de anunciar que faltaria à celebração por motivo de doença, o cineasta Jean Cocteau irrompe, vestido de capitão, com uma lanterna nas mãos e aos gritos: “Estamos afundando!” Depois de se divertir trocando de lugar as placas com os nomes dos convidados sobre as mesas, Igor Stravinsky, o homenageado, salta dentro de uma coroa de louros gigante como um cão amestrado.

Mais que ninguém, porém, brilham os anfitriões: Gerald e Sara Murphy, um casal de americanos atirados à mais absoluta dissipação, que depois da festa faria as malas rumo a Cap D’Antibes, onde os esperava o compositor americano Cole Porter, conhecido de Gerald desde seus tempos de Yale. Porter alugara lá o Château de La Garoupe – o dono do Hôtel du Cap, Antoine Sella, que fechava o estabelecimento entre maio e setembro, abrira-lhes uma exceção, franqueando os quartos para a estadia na companhia de Picasso, sua mulher, Olga, e o filho Paulo, então com dois anos de idade.

Lá os Murphy receberiam convidados, como a escritora Gertrude Stein (a rainha da chamada “Geração Perdida”), promoveriam piqueniques na praia, passeios de barco e festas à fantasia. Antes de partir para Veneza com os Porter, hóspedes do Palazzo Barbaro, os Murphy deixariam instituído o hábito do veraneio e a atmosfera chic que tornaria famosa a Riviera Francesa. E o sobrenome do casal como símbolo de estilo e de uma forma de joie de vivre em torno do dinheiro e da arte.

Com a alegria ao redor das garrafas de champanhe sobre a mesa, dos jogos de tênis com roupa impecavelmente branca e do veraneio na praia, que Gerald frequentava com sua camiseta listrada e bengala, e Sara de maiô adornado com pérolas, flutuava no ar o perfume que se desprende do mais ideal dos paraísos.



A vida era uma festa ao redor dos Murphy. Para os americanos ricos,
os anos 20 foram feitos para viajar e festejar noite e dia



Os anos 1920 eram um tempo de inocência, de crença numa prosperidade sem limites, impulsionada pelo fim da Primeira Guerra e a ignorância dos males que levariam ao crack de 1929 – quando foram à bancarrota não somente os milionários da época, como a ilusão de toda uma era. Talvez por isso Gerald e Sara tenham brilhado tanto e continuem a atrair tanto a atenção, sobretudo dos americanos, fascinados por sua vida, retratada em uma exposição itinerante, com obras de artistas como Picasso, Juan Gris e Georges Braque, algumas delas inspiradas na convivência com o casal.

Nessa exposição, há retratos femininos de Picasso usando Sara como modelo, aquarelas dedicadas aos Murphy por Léger, desenhos de Jean Cocteau e Francis Picabia e fotografias do casal feitas por Man Ray. Além de cartas, objetos pessoais e filmes caseiros em que, entre outros, aparecem os escritores John dos Passos e Ernest Hemingway, comensais da Villa America, propriedade adquirida na Riviera quando o Hôtel du Cap já não parecia o bastante.

Os Murphy ainda representam a versão mais refinada do “sonho americano” em tempos de absoluta prosperidade. Permanecem como ícone da riqueza como desfrute, consagrada na arte produzida ao seu redor. Em especial, como inspiradores do romance Suave É a Noite, de F. Scott Fitzgerald, que assim como Herman Melville e Henry James, forma a tríade dos autores clássicos americanos.

Fitzgerald foi companheiro de tertúlias dos Murphy na Riviera, num momento em que o escritor ainda procurava manter um padrão de vida semelhante ao deles, na companhia de Zelda – a aristocrática, extravagante e perturbada mulher que ajudaria o romancista a mergulhar em dívidas, no alcoolismo e nos malefícios do cigarro, antes de morrer de um ataque cardíaco aos 44 anos. Utilizou o estilo de vida do casal para enriquecer de detalhes a obra que selou seu papel como aguçado cronista daquela América próspera – revelada também por ele no seu lado mais hipócrita.

Perpassa a obra a sensação de que toda aquela riqueza desbundante e o espírito livre escondiam em si mesmos os genes da ruína, não apenas para os ricos dessa era de ouro, como de todo o país. Scott Fitzgerald foi ao mesmo tempo o grande celebrante e satirista do sonho que virou pesadelo”, escreveu o crítico literário Harold Bloom em seu livro Gênio, sobre os maiores mestres das ideias de todos os tempos. Para ele, a obra de Fitzgerald já levantava a velha pergunta: quanto tempo pode durar essa bolha de alegria que se repete nos tempos de fartura?


Hôtel du Cap, na Riviera, onde o casal recebia amigos
para cruzeiros em seus iates no Mediterrâneo


O romance mais famoso de Fitzgerald, O Grande Gatsby, celebrado nos Estados Unidos, é definidor do caráter de uma Nação, mostra como a América da Lei seca produzia seus milionários, levando um garoto das ruas de Nova York ao sonho americano pela via do crime organizado. A apresentação da máfia como um negócio qualquer, capaz de empurrar ao sucesso um “executivo” que compra suas camisas na Inglaterra, termina de forma trágica.

Suave É a Noite, porém, é a obra em que Fitzgerald melhor capta não somente o espírito americano, como a própria alma da riqueza – uma análise que deve muito à observação dos Murphy. Não por outra razão, esse é o romance que ele mesmo considerava sua obra-prima.

No livro, Dick River é um jovem e brilhante psiquiatra que interrompe sua carreira para se casar com Nicole Warren, uma herdeira bela, rica e mentalmente perturbada, que ao seu lado encontra certo equilíbrio, embora um tanto instável. A história é vista pelos olhos de uma aspirante a estrela de Hollywood, que durante uma temporada na Riviera Francesa se apaixona não só pelo protagonista como pela imagem de perfeição produzida pelo casal.

Para sua surpresa, ela os reencontrará anos mais tarde em situação completamente diferente. Recuperada, Nicole continua a levar sua vida de distanciamento da realidade num carrossel dourado. Descartado, Dick vê seu brilho se apagar num obscuro consultório no interior dos Estados Unidos, fadado a, depois de ter vivido num círculo de sonhos, ser enviado de volta ao seu lugar.

Muito mais um retrato da própria vida de Fitzgerald com Zelda, financeiramente arruinada e internada em diversos sanatórios mentais, Suave É a Noite contém muito da beleza desesperada do estilo de vida dos Murphy. Do casal, o escritor tirou alguns detalhes marcantes, como os colares de pérolas, a casa na Riviera e a aura que a cercava, bem como a exarcebação da vida social, a ligação com a arte e uma certa despretensão que embalava de maneira elegante o hedonismo mais desbragado.

Fitzgerald extraiu dos Murphy também observações menos edificantes, como uma certa frivolidade, oculta sob uma aparente perfeição, tão sutil quanto chocante. É essa frivolidade o substrato da história que, ao ser publicada em 1935, escandalizou Sara, a ponto de se julgar traída e devassada, dada a variedade de referências diretas à sua vida privada.

Na vida real, os Murphy não fizeram muito para ganhar dinheiro. O pai de Gerald foi esperto o suficiente para perceber que os automóveis tomariam o lugar das carroças no final do Século XIX e transformou sua selaria numa fábrica de malas de viagem, bolsas e congêneres, a Mark Cross Inc. Teve dinheiro de sobra para enviar o herdeiro a Yale e sustenta-lo por um período na Europa, onde Gerald vivia à larga, enquanto procurava engrenar como artista plástico.

Sara teve menos sorte apenas que seu pai, Francis Wiborg, um fabricante de tinta para escrever que se casou com Adeline Sherman, oriunda de uma família de políticos e oficiais laureados na Guerra Civil americana – o mais perto que se podia chegar da aristocracia nos Estados Unidos, com direito à mesma vida nababesca dos agraciados com títulos, terras e brasões.



O escritor F. Scott Fitzgerad e a esposa Zelda na vida real
e uma cena do filme Suave é a Noite, baseado no estilo de vida
e personagens do universo inpsirador dos Murphy

Ela desabrochou em Dunes, mansão dentro de uma propriedade de 600 acres pertencente à família em East Hampton, mas bem cedo foi apresentada à aristocracia de verdade. Levada pela mãe, conheceu a corte do rei Eduardo VII em Londres, onde adquiriu muito do seu estilo, inspirada na duquesa Violet Ruthland – célebre na Inglaterra pós-vitoriana por seus dotes como artista plástica e a liberdade com que variava os seus amantes.

Além do comportamento que precedia o feminismo, Sara tomaria da duquesa Violet o gosto por pérolas, usadas sempre e de todos os jeitos, especialmente nos colares que caíam sobre os longos decotes nas costas, imortalizados em desenhos de Picasso.

Em Londres, ela participou da intensa vida social da mãe, celebrizada como anfitriã do Baile dos Vegetais, no qual os convidados da mais fina flor recebiam produtos hortifrutigranjeiros como brinde na entrada do hotel Ritz – a filha da duquesa de Ruthland, Alice Cooper, saiu-se a estrela da noite ao vencer a “corrida das batatas”.

Mal falada nos Estados Unidos, depois de retornar ao país com uma carga ilegal de joias na bagagem, declaradamente para uso próprio, Adeline voltou à Inglaterra em busca de um bom partido para a filha. O projeto foi interrompido por um giro pelo Oriente e o posterior reencontro de Sara com Gerald, que ela conhecia há quase uma década, desde uma festa nos Hamptons, quando tinha 21 anos e ele 16.

Ambos se consideravam “almas gêmeas”, sonhavam ser artistas e viver em liberdade absoluta, um cenário que ganhou rápida oposição familiar de ambos os lados. Para se afastar do mau humor doméstico, depois de um casamento retratado na capa da revista Town & Country, o casal deixou Nova York em 1921 com destino a Londres e a intenção de se radicar em Paris, transformando em realidade o projeto juvenil de fazer da vida “uma obra de arte”.

Além de se manter distante da censura dos pais, Gerald teria na Europa novamente o ambiente ideal para pintar e, diferente de seu país, onde reinava a proibição do álcool, exercitar-se como conhecedor do cherry e do champanhe.

Inspirado em Georges Braque, André Derain e Pablo Picasso, cujas obras conheceu junto com os autores nas galerias parisienses da Rive Gauche, Gerald chegou a pintar telas e expor, mas nunca vingou nas artes plásticas – por sorte, não dependia de dinheiro. De todo modo, atraiu os artistas para seu círculo pessoal, com grande ajuda de Sara, cuja beleza e modos encantavam a todos – especialmente Picasso, mulherengo incorrigível. O artista espanhol os convidou para ir à sua casa na Rue de La Boëtie e logo os transformou em amigos próximos.

Faziam parte desse círculo a irmã de Sara, Hoytie, lésbica assumida, esnobe e agressiva, sobretudo quando alcoolizada, e Fernad Léger, eleito por Gerald como seu guru nas artes. Seu trabalho alinhava-se com o primeiro período modernista na geometria absoluta das formas e na temática própria do período da industrialização. Entre outras coisas, Gerald retratou mecanismos de um relógio e o convés de um navio que o levara à França, sua tela mais conhecida, com a qual participou do salão de artes plásticas de Paris em 1924 ao lado dos astros da época. Suas obras, porém, ficaram mais conhecidas pelo tamanho, sugestivo da ambição do autor, que pela sua qualidade.

Depois de cinco anos sem o esperado reconhecimento, exceto pelo gripo seleto de amigos que o chamavam meio zombeteiramente de “o único pintor americano em Paris”, Gerald abandonou a carreira e as veleidades artísticas, decretando que o mundo estava “cheio demais” de candidatos a gênio como ele.

Dedicou-se, então, ao que mais gostava: o incentivo às artes e a vida social. Recebia os amigos na Riviera, hospedado com Sara no Hôtel du Cap, enquanto aguardavam a reforma do chalé La Garoupe, adquirido pelos Murphy em 1923. Os verões famosos passaram a incluir cruzeiros pelo mediterrâneo a bordo de algum dos iates da família. Discretamente, Geraldo iniciou-se em relacionamentos cujo impulso tentou abafar durante toda a vida. Seu guarda-roupa recheado de fantasias, entre as quais de caubói, gondoleiro veneziano e caçador incluía trajes que sugeriam certa tendência à homossexualidade.

Ele chegou a se aproximar de um jardineiro de Boston, Richard Cowan, seu companheiro frequente de vela, que mais trade, em 1939, se suicidou sem motivo aparente. Gerald certamente discutia sobre sexo com Fitzgerald, o que acaba por transparecer em Suave É a Noite. Inspirado em Gerald só menos que em seu criador, o personagem principal do romance é definido no texto como alguém cujo gosto por “tiras e fivelas” indicava uma personalidade “masoquista”.

Nada disso, porém, parece ter atrapalhado o relacionamento de Gerald e Sara, dentro do espírito de elegante discrição com o qual eles mantinham a fachada de um casamento mais que perfeito, tão bem retratada em Suave É a Noite. Ela fazia vista grossa à aproximação dele com o amigo Cole Porter e por seu lado, embora fiel, dava pano para o flerte com artistas ao seu redor. Teria sido por recusar os seus encantos a Picasso que este, como um gesto de vingança bem ao seu estilo, tria retratado Gerald no quadro As Flautas de pã, um clássico da pintura modernista. Picasso personifica as antigas tradições em um flautista dionisíaco, representado por ele mesmo, que toca diante das “perdições do mundo” – uma figura em que Gerald detectava seus próprios traços. Tal referência nunca foi explícita, mas, desconfiado da semelhança, ele se afastou, esfriando a relação entre ambos.

Em Paris, numa sociedade aparentemente democrática, mas que via com certo preconceito os americanos, tão endinheirados quanto desprovidos de cultura – a própria efígie do novo-riquismo -, Gerald e Sara eram algo diferente. Devotados ás artes, tão educados e encantadores quanto pródigos, integravam-se ao ambiente festivo da época com a mais magnética combinação. Entre coquetéis e passeios pela Riviera, Gerald desfilava o seu charme extravagante, que incluía posar nu para fotografias, enquanto Sara exercia o fascínio da mulher espirituosa, calorosa e capaz de falar livremente sobre tudo – uma combinação fatal, ainda mais embalada pela beleza física.


A tela As Flautas de Pã, em que Picasso retrata Gerald.
À dir. Picasso em primeiro e Gerald em segundo plano



Entre seus ardorosos fãs, estava Fitzgerald, que alugava uma villa em Cap’Antibes, mas passava a maior parte do tempo com o casal.

Em 1925, o chalé dos Murphy em La Garoupe ficou pronto. Batizado de Villa America, a casa ganhou em tamanho. Tinha tijolos negros no chão e paredes brancas, a exemplo do apartamento do casal em Paris, no bairro de Montparnasse, onde havia uma única obra de arte: uma grande bola de metal girando num pedestal ao lado do piano de ébano.

A propriedade dos Murphy na Riviera possuía um terraço nos jardins que sugeria um pedaço do paraíso e um estúdio no antigo estábulo. Uma babá, um cozinheiro, um motorista e outros criados davam conta do serviço, que incluía a manutenção dos chalés, erguidos para acomodar os convidados. Além de Picasso e dos velhos amigos, eles recebiam celebridades do mundo intelectual, como os escritores Ernest Hemingway, Robert Benchley, John dos Passos e Dorothy Parker.

Comunista engajado, dos Passos conseguiu passar na Villa America no máximo quatro dias – tomou a decisão de ir embora, com receio de se render ao capitalismo. “Era fomo viver no céu”, escreveu. “Eu tinha de voltar para a terra.”

Depois do crack de 1929, a vida dos Murphy se tornou mais difícil. Com grandes perdas nas bolsas de valores, eles tiveram de apertar o cinto. A Villa America foi alugada e eles voltaram aos Estados Unidos, onde Gerald assumiu o comando da empresa da família, que dirigiria até 1956. À depressão econômica, sobreveio a tragédia da morte sucessiva de dois de seus filhos. Baoth sucumbiu à meningite, em 1935, e Patrick à tuberculosa, em 1937, depois de uma longa batalha contra a doença. Os Murphy se retiraram da vida social, embora continuassem ligados às artes e aos amigos.

Gerald teve na maturidade a vida da qual procurara escapar, despachando em um escritório e fazendo seu almoço regularmente no mesmo lugar, enquanto Sara se dedicava ao trabalho voluntário com crianças. Jamais falavam do passado nem sobre os filhos perdidos, como se a antiga vida tivesse se espatifado feito um lustre de cristal. Terminaram ocupando um chalé em East Hampton, no que restara da antiga propriedade da família de Sara. Lá, Gerald faleceu em 1964, aos 76 anos, e Sara em 1975, aos 82. Seu casamento durara 60 anos.

As sete obras que restaram da curta produção de Gerald se tornaram peças de museu não apenas por sua raridade, como pela história que fez a sua mística. Em 1971, surgiu o primeiro livro efetivamente biográfico dos Murphy, sugestivamente intitulado Viver Bem é a Melhor Vingança, escrito por um colaborador da revista New Yorker, Calvin Tomkins. Em 1998, despontou outra biografia, Todos Eram Tão Jovens, de Amanda Vaill.

Os revisionistas dos Murphy ressaltam sua influência na cultura americana pela sua proximidade com a vanguarda das ideias e das artes que traziam para a América ao retornar de suas temporadas europeias. Loas são entoadas sobre a influência do casal na moda e nas artes. Sabe-se hoje que Coco Chanel inspirou-se no comportamento libertário dos Murphy. Le Corbusier foi um admirador da reforma na Villa America. Há quem tente atribuir a Gerald o papel do pai da pop art.

Os Murphy também teriam financiado Hemingway, sobretudo no início de carreira, no período parisiense, em que ele chegou a passar fome, comi o próprio escritor relata em Paris é Uma Festa, livro de memórias da juventude, publicado postumamente. Talvez ferido pela recepção no mercado de sua melhor obra inicial, escrita no mesmo estilo de Suave É a Noite e claramente com a intenção de superar o amigo e eternamente rival Fitzgerald, Hemingway escreveu sobre os Murphy: “Sob o efeito do charme desses milionários, eu era fiel e estúpido como um cachorro de caça. Quando eles diziam ‘está ótimo, Ernest’, referindo-se a O Sol Também se Levanta, eu balanço o rabo, em vez de pensar... Se esses bastardos gostam disso, o que há de errado com o livro?”

Como se vê, a poética “vida transformada em arte” é como o fogo: fascinante, mas também pode queimar.

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