Entrevista na rede Vida sobre a saída de Dilma, o impeachement, a crise política e econômica e o que nos aguarda depois de tudo.
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domingo, 15 de maio de 2016
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
No ponto em que Dilma está, Collor renunciou
Para quem é mais jovem e não viu, o ponto em que Dilma está agora é o mesmo em que Fernando Collor renunciou. Primeiro presidente eleito em 30 anos, símbolo do último passo da redemocratização após o regime militar, Collor se perdeu em denúncias de corrupção contra seu governo. Seu braço direito, PC Farias, foi pescado em uma série de cobranças de propina a empresários e a crise política fez com que o presidente perdesse rapidamente todo e qualquer apoio político.
Collor decidiu renunciar, porque quando o processo de impeachment é aberto, ele é muito rápido. E ser impedido significava ficar mais tempo com os poderes políticos cassados. Por ter renunciado é que Collor está de volta à política, agora como senador. (Por sinal, não conseguiu ficar longe de mais esta onda de denúncias de corrupção. Parece que não aprendeu nada).
Assim como Collor, Dilma não aparece recebendo dinheiro de ninguém, nem tem conta na Suíça. O presidente é preservado das negociatas justamente para não deixar suas digitais. Com tanta corrupção à sua volta, porém, Dilma não pode se fazer de inocente. Deixou grassar a corrupção no governo, sem sequer demitir ninguém antes da ação da polícia. Todo o seu governo é pecaminoso.
Ela disse que não vai renunciar. Ao contrário de Collor, talvez não tenha mais pretensões políticas. Ser presidente era o mais que podia aspirar. Não há como o PT salvar sua honra, e a da presidente, nesse tipo de processo. As provas contra os acusados são mais do que cabais.
O único lenimento para Dilma é que os parlamentares que instauram o processo têm suas digitais também por toda parte. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o mais notório e enroscado deles. O PMDB, que ficaria com o governo no caso do afastamento da presidente, é também um pau de galinheiro.
A decisão está em grande parte na mão do PMDB. Ao resolver tentar ficar com o governo de Dilma, o partido se arrisca a virar uma vidraça ainda maior. Poderia ter protelado as coisas e se ocultado atrás da presidente. Porém, o que se pode imaginar que tenha acontecido entre os caciques do partido é que eles sabem que perdido é perdido e meio. Se for para afundar na sequência de Dilma, que pelo menos estejam com o governo nas mãos.
O Brasil está num quadrante miserável. Pior que a crise é a falta de ideias e de gente com moral para a reconstrução. É preciso recuperar a credibilidade do poder público, e para isso precisamos de um estadista cuja cara ainda não surgiu por aí.
Procura-se.
Collor decidiu renunciar, porque quando o processo de impeachment é aberto, ele é muito rápido. E ser impedido significava ficar mais tempo com os poderes políticos cassados. Por ter renunciado é que Collor está de volta à política, agora como senador. (Por sinal, não conseguiu ficar longe de mais esta onda de denúncias de corrupção. Parece que não aprendeu nada).
Dilma: o processo não resgata a honra |
Assim como Collor, Dilma não aparece recebendo dinheiro de ninguém, nem tem conta na Suíça. O presidente é preservado das negociatas justamente para não deixar suas digitais. Com tanta corrupção à sua volta, porém, Dilma não pode se fazer de inocente. Deixou grassar a corrupção no governo, sem sequer demitir ninguém antes da ação da polícia. Todo o seu governo é pecaminoso.
Ela disse que não vai renunciar. Ao contrário de Collor, talvez não tenha mais pretensões políticas. Ser presidente era o mais que podia aspirar. Não há como o PT salvar sua honra, e a da presidente, nesse tipo de processo. As provas contra os acusados são mais do que cabais.
O único lenimento para Dilma é que os parlamentares que instauram o processo têm suas digitais também por toda parte. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o mais notório e enroscado deles. O PMDB, que ficaria com o governo no caso do afastamento da presidente, é também um pau de galinheiro.
Cunha: não vai melhorar |
O Brasil está num quadrante miserável. Pior que a crise é a falta de ideias e de gente com moral para a reconstrução. É preciso recuperar a credibilidade do poder público, e para isso precisamos de um estadista cuja cara ainda não surgiu por aí.
Procura-se.
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