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domingo, 1 de novembro de 2015

O Corinthians nos dá esperança

Eu, mesmo sendo palmeirense, não posso deixar de registrar minha admiração pela forma como o Corinthians vai ganhando o campeonato brasileiro. Tranquilamente. O clube, e seu técnico, Tite, nos dão esperança. Mostram que existe competência no futebol brasileiro. E indicam como seria bom ter essa mesma competência na seleção.

Tite é um homem, no sentido legítimo da palavra. Não ficou reclamando quando perdeu dois de seus jogadores mais importantes - Sheik e Guerrero. Foi trabalhar. Armou um time bem organizado, e também de homens, que não tremem na hora da decisão.

Sem nenhum grande talento no elenco, Tite mostrou que um sistema de jogo consistente compensa a falta de craques. O Corinthians dá até a impressão de que Jadson, Renato Augusto e Elias são superjogadores. Não são. Porém, funcionam tão bem dentro de um time azeitado que parecem melhores do que são.

Tite foi o único técnico a não reclamar do calendário. É verdade que o Corinthians caiu cedo da Copa do Brasil e assim pôde jogar exclusivamente o brasileiro, mais concentrado e descansado na competição que outros concorrentes. Porém, Tite usou o desgaste do longo campeonato a seu favor. Mostrou que, quando o campeonato é desgastante, aquele que é mais regular, coerente e se preparou melhor prevalece no final.

O futebol avançou no aspecto técnico e parece que Tite melhorou do ano passado para este. Dizem que é porque ele fez um estágio na Europa. Bobagem. Tite usa truques de velho boleiro brasileiro. Nos treinos, por exemplo, obriga os jogadores a jogar sem caneleiras. Isso faz com que treinem sem fazer faltas pesadas.

Como consequência, o Corinthians, além de ter o maior número de pontos, a artilharia do campeonato e a defesa menos vazada, é também o time que tem menos cartões amarelos, faz menos faltas e mais rouba bolas. Isso é resultado do treinamento, em que ele força os seus jogadores a evitar o choque faltoso, indo somente na bola.

Ele é vaidoso, fala de um jeito meio rebuscado, o que coloca em dúvida até se é bem entendido pelos jogadores. Porém, é uma verdadeira liderança, que dá confiança à equipe, e respaldo para o que fazem. Por meio de uma formação competente, que depende menos de peças individuais, o conjunto tira um pouco o peso da responsabilidade de cada um - ou melhor, o distribui entre todos. Uma boa receita para a seleção brasileira, que encontra-se num período de entressafra, carente de craques, com a exceção de Neymar.

Muita gente já se pergunta por que Tite não está no lugar de Dunga na seleção. Com razão. Dunga perdeu a Copa América, mas não é por isso: a seleção não inspira confiança em ninguém e está longe de se recuperar da desmoralizante derrota de 7 a 1 para a Alemanha na última Copa. Isso se consegue não apenas com resultados. Depende também de um futebol categórico. Como aquele que o Corinthians vem jogando.

Tite já foi campeão mundial de clubes pelo Corinthians e ganhou os principais títulos nacionais como técnico. Dunga nunca ganhou nada como técnico. Como jogador, foi campeão mundial, é verdade. Porém, era o símbolo de uma era sem talento, a chamada "era Dunga". Capitão da equipe, ao levantar a taça, usou seu momento de glória para falar um palavrão. Uma vergonha nacional. Pode ser considerado um vencedor, pelo simples fato de estar onde está, mas não conquista respeito.

O técnico do Corinthians não tem experiência em seleções. Porém, é uma liderança melhor. No mínimo, tem mais educação.