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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

O segredo para escrever bem

Este livrinho aqui, Escreva Bem, Pense Melhor, é dos que mais vendo pela internet. Infelizmente o brasileiro é muito deficiente em redação. É uma grave falha do nosso sistema educacional, com graves consequências.

Como digo no livro: escrever é pensar. O resto é datilografia. Para escrever bem, é preciso pensar bem. Definir a ideia principal. Desenvolvê-la de forma encadeada, de uma forma fluida e lógica. Para isso, é preciso desenvolver o pensamento organizado. Tudo fica mais fácil quando já temos tudo bem claro dentro de nós.

O exercício de escrever nos leva a desenvolver a forma de pensar. E pensar de maneira estruturada nos ajuda a estruturar, desenvolver e enriquecer o texto, além de escrever sem embaraços, com naturalidade. 

Por trás do déficit da redação no Brasil, há, portanto, uma dificuldade de pensar. Para escrever bem, é preciso antes de mais nada ter algo a dizer. E, para ter algo a dizer, é preciso ter informação, refletir sobre ela,  exercitar a capacidade de distinguir o mais importante, além de transformar o importante em interessante.

Nos Estados Unidos, as crianças são educadas com o livro. Na França, o livro é considerado a essência do próprio país. Em ambos os países, as crianças exercitam cedo, na escola, a leitura, a redação e a interpretação de texto. 

Não por acaso, os americanos são o maior país de leitores do mundo. De forma geral, o americano é muito sucinto e objetivo, quando escreve - e quando age. Isso não é acaso. É resultado do pensamento estruturado, que vem do treinamento, desde a educação básica, montada sobre o livro, a leitura e o exercício de escrever.

Os livros não ensinam apenas o que dizem, como ajudam a pensar, e pensar de uma forma estruturada. Quando já refletimos muito sobre um assunto, é fácil discorrer sobre ele. Escrever se torna então tão simples como falar. Ninguém pensa antes de falar. Escrever pode ser assim também, uma transmissão direta do pensamento. Como afirmo no livro, escrever é pensar no papel.

Quando temos dificuldade de escrever sobre algo, colocamos a culpa na dificuldade da redação. É mais difícil admitir que a ideia não é boa ou que não temos algo realmente relevante a dizer. Seria apenas uma dificuldade de expressão.

A realidade, porém, é que a dificuldade em escrever vem da dificuldade em pensar. Diante da falta de ideias, muita gente apela para uma linguagem complicada, cheia de jargões e academicismos, por exemplo. Escrever difícil, porém, não disfarça a falta de ideias. Só cria um problema a mais.

Na luz, as ideias aparecem. É essencial, portanto, boas ideias. Escrever nos obriga a melhorar, se não quisermos passar vergonha.

Quando o texto não avança, temos de buscar mais informação, ou repensá-la. Esse exercício é que nos leva ao desenvolvimento pessoal. Mostramos, ao escrever, o que somos. E isso nos obriga a melhorar.

Quando há uma boa ideia, ou algo relevante, a clareza valoriza o conteúdo. É como dizia, belamente, o padre Antônio Vieira: "O estilo pode ser muito claro e muito alto. Tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito que entender os que sabem.”

Escreva Bem, Pense Melhor, fornece um roteiro para esse desenvolvimento: escrever para pensar melhor e pensar melhor para escrever. Não se trata portanto de um manual de redação, e sim de um guia para o desenvolvimento pessoal.

Seus conceitos são baseados na minha experiência de mais de trinta anos como autor e editor, tanto de livros de ficção e não ficção quanto de imprensa.

Pela minha mão, como editor, passaram textos de muitos jornalistas, profissionais de primeira linha, que nem por isso às vezes deixam de ter suas dúvidas, e autores de livros de ficção e não ficção, muitos deles premiados e best sellers.

Todo esse meu aprendizado, tanto ao escrever como ajudando outros a escrever, serve agora neste livro para quem quer encurtar o caminho para fazer textos de sucesso.

Como se trata de organizar o pensamento, Escreva Bem, Pense Melhor serve para qualquer tipo de texto - de um simples e-mail profissional a um romance. Ajuda também a desenvolver um estilo próprio, usando a capacidade instalada que todo mundo tem, ou pode adquirir.

Escrever é um exercício constante e nada acontece do dia para a noite. O padre Vieira, conhecido pelos seus célebres Sermões, diria que esse é provavelmente o único trabalho onde não há milagre. Porém, neste livrinho, como uma pequena bíblia, está um bom caminho para a salvação. 

Para comprar:
https://www.amazon.com.br/Escreva-Bem-Pense-Melhor-desenvolvimento-ebook/dp/B085QM6MJ6

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O curso Escreva Bem, Pense Melhor volta à Livraria da Vila


Na segunda semana de outubro, o curso escreva Bem, Pense melhor voltará a ser ministrado no auditório da Livraria da Vila, na Vila Madalena, em São Paulo.

Duração: 6 encontros de 2 horas

Objetivo

O exercício de escrever traz benefícios que vão além da própria escrita. O aperfeiçoamento da escrita desenvolve o raciocínio organizado. Ele nos ajuda a pensar melhor. E pensar melhor também nos faz escrever melhor, com textos capazes tanto de exprimir o seu autor quanto de atrair o interesse dos leitores.

Encontros

1. O desafio do papel em branco. Como escrever bem. A força das ideias. Escrita e pensamento. Texto e linguagem falada.
2. O pensamento estruturado. Clareza, interesse, relevância. Abertura, desenvolvimento e fecho. A primeira frase. Encadeamento e lógica.
3. A forma e o raciocínio: redação e estilo. Texto jornalístico e informativo. Conteúdo, informação e notícia. Síntese, concisão e outras normas estilísticas.
4. Os elementos da criação. Escrita, emoção, autoanálise e desenvolvimento pessoal. “Inspiração”: os elementos da criação. O texto como expressão individual: diário, blog, autobiografia, memórias. As formas literárias: o conto, a crônica, a novela, o romance. Primeira pessoa, o texto opinativo, a crônica e o texto memorialístico. A ironia e o humor. Estilo e individualidade.
5. Estudo de caso. Workshop
6. Adequação ao público. Comunicação corporativa. Impacto. Público segmentado ou dirigido. Mensagem e linguagem.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Escreva Bem, Pense Melhor em setembro na Vila

O curso Escreva Bem, Pense Melhor, que dei em janeiro na Casa do Saber, estará de volta em setembro, agora no auditório da Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo.

Serão 6 encontros, às terças e quintas-feiras, das 20:00 às 21:30, a partir do dia 17 de setembro. As inscrições podem ser feitas em qualquer Loja da Vila. Ou pelo e-mail inscricoes@livrariadavila.com.br.Custará 480 reais por pessoa.

O curso procura oferecer uma maior capacitação para a confecção de textos gramaticalmente corretos, interessantes e importantes pelo seu conteúdo. Apresenta também mecanismos para a reflexão, o exercício da criatividade e a construção de um estilo pessoal, que podem ser úteis tanto para a redação quanto para a vida pessoal e profissional.

Mais do que treinar a escrita, o curso procura desenvolver o pensamento organizado, que leva a uma capacidade maior de expressão, com clareza, objetividade, persuasão e criatividade.


O programa:


Dia 17: Como escrever bem: clareza, interesse, relevância. Abertura, desenvolvimento e fecho; encadeamento e lógica.

Dia 19: Normas estilísticas: texto e linguagem falada; estilo e individualidade. Regras de estilo.

Dia 24. A escrita, autoanálise e desenvolvimento pessoal: a necessidade de escrever. Escrita, emoção e autoanálise. “Inspiração”: os elementos da criação. O texto como expressão individual: diário, blog, autobiografia, memórias.

Dia 26. Estudo de caso. Identificação da ideia principal, estruturação do texto e resultado final.

Dia 1 de outubro: O texto informativo: conteúdo, informação e notícia. Credibilidade e ética. As formas literárias.

Dia 3: Comunicação corporativa: a necessidade da empresa. O autor no espelho: a relação entre a palavra e seu dono.


O curso na Casa do Saber foi ótimo, com um número bem maior de participantes do que se esperava, e uma excelente participação de todos até o final. Espero repetir!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Escreva Bem volta como curso regular


A partir do segundo semestre, quero dar de forma regular o curso Escreva Bem, Pense Melhor, depois da boa experiência que tive ao inaugurá-lo em janeiro, na Casa do Saber.

Primeiro, pelo interesse: num mês de férias, e meio desacreditado a princípio, o curso acabou tendo mais procura do que se esperava. Tanto que, da sala normal da Casa do Saber, que superlotou no primeiro dia de curso, com um grande número de inscrições adicionais na última hora, tivemos de ser transferidos para o auditório a partir do segundo dia.

Constato que hoje as pessoas têm uma necessidade muito grande de escrever, por conta da internet. Tanto no âmbito privado quanto profissional. A educação no Brasil é muito falha no que diz respeito à redação, e o processo de escrever tem suas dificuldades naturais, que envolvem a capacidade de organização mental e expressão do indivíduo.

Um das coisas estranhas que aconteceram na Casa do Saber foi me chamarem de "professor". Sou de uma família cheia de professores, uma dúzia deles, entre tios e primos. Minha mãe era professora. Mas eu não sou professor, algo que para mim tem algo de acadêmico. Acho que essa é justamente a diferença do Escreva Bem, Pense Melhor, para outros cursos de redação. Como autor de livros de reportagem e de ficção, além do meu trabalho como jornalista e editor, sempre tive de atrair o leitor - disputamos seu tempo e atenção com outras coisas que podem ser do seu interesse. É algo muito diferente de escrever um texto, por exemplo, que será lido obrigatoriamente por um examinador, embora esse texto também tenha seus desafios.

Saber que o leitor não tem a obrigação de ler o que a gente escreve nos força a sermos bons, realmente bons. Para sermos lidos, precisamos fazer algo sempre importante, interessante, divertido - ou as três coisas ao mesmo tempo. É isso o que transforma alguém que escreve realmente num profissional de mercado, ou em alguém que, mesmo sem objetivos profissionais, deseja ter leitores espontâneos.

Além dos meus próprios livros, ao longo de minha carreira como editor de jornal, revistas e livros, tive o desafio de formar ou orientar centenas de profissionais que necessitavam escrever. Daí surgiu minha experiência nisso. Nunca fiz curso de pedagogia. Minha prática na orientação de escrever vem do dia a dia das redações e no trato direto com autores e jornalistas.

Estou dividindo o curso em dois módulos. O primeiro é o básico, no qual apresento as questões elementares da redação, que envolve muito mais do que simplesmente escrever. Pelo curso, entramos no processo mental de escrever, o que acaba se tornando útil para a vida de uma forma mais ampla: como definir o que é mais importante; o encadeamento das ideias, para uma apresentação clara; como concluir de uma forma interessante ou de impacto.

Pelo curso, procuro mostrar que a clareza mental é algo treinado: aprendemos a definir o mais importante e apresentar as ideias de uma forma organizada. Com isso, podemos nos expressar melhor. E isso é cada vez mais importante tanto na vida pessoal como no meio corporativo.

Como para escrever é preciso utilizar nossa motivação e a bagagem pessoal, que é tanto de informação quanto cultural e afetiva, o exercício de escrever é também um processo de autoconhecimento, aspecto também discutido ao longo das aulas, asim como de onde vem a inspiração e a criatividade.

O segundo módulo do Escreva Bem, Pense Melhor será mais dedicado às formas literárias de escrever e a workshops. Os elementos do módulo anterior são reutilizados de forma a que se possa colocar os conceitos em prática e trabalhar em textos com cunho mais pessoal ou criativo.

Cada curso é um pouco diferente do outro. Escrever é um processo artesanal, que depende completamente do indivíduo; cada curso segue conforme seus participantes e procuro atender ao máximo as dúvidas e problemas individuais. Essa é a parte mais interessante e que torna cada curso um rico aprendizado também para mim.







terça-feira, 23 de junho de 2009

Os bons princípios da redação


Escrever bem nunca foi tão importante como agora

O crescimento da internet como meio de informação e também de manifestação do indivíduo aumentou a necessidade e a oportunidade de ler e, sobretudo, de escrever. Com isso, aumentou também muito o interesse pela prática da boa redação. Escrever é importante em nossa vida pessoal como um meio de plena expressão. E é fundamental no exercício de qualquer profissão, sobretudo o jornalismo.


Não importa se alimentamos um blog, redigimos um e-mail, fazemos um paper para uma reunião de diretoria ou escrevemos um texto para internet, jornal ou revista. Os princípios de uma boa redação são sempre os mesmos, não importa o tamanho e a finalidade do texto ou onde ele será veiculado.

Escrever bem não é meramente uma questão técnica. Implica não só no trabalho de redigir o texto, como tudo o que está por trás dessa tarefa - da qualidade do conteúdo à maneira como se conquista a atenção e o interesse do leitor.

Não é possível se transferir a alguém o dom ou a faculdade de escrever bem. O que se pode mostrar é a maneira mais correta de escrever. O tempo, a dedicação e o talento individual completam o trabalho.

Mesmo para aqueles que não desejam escrever profissionalmente, é possível escrever textos gramaticalmente corretos, interessantes do ponto de vista estilístico e importantes pelo seu conteúdo. De um simples bilhete a uma tese de doutorado, o essencial para superar as dificuldades normais da pessoa que escreve é encontrar o foco do texto, desenvolvê-lo e terminá-lo de maneira memorável.

Na imprensa, o esforço cotidiano de escrever não chega ao seu melhor sem outro ingrediente: um certo idealismo, tanto mais necessário quanto menos se dissemina no mundo contemporâneo. É preciso estimular de modo permanente um jornalismo no qual não se abandona os ideais da imprensa diante das pressões inerentes à atividade. Deve-se com o mesmo empenho sustentar a qualidade diante da inércia e da rotina.

A busca pela informação correta e sua transmissão de forma transparente pede um trabalho diligente e incansável. A credibilidade, princípio fundamental da independência jornalística, é o maior patrimônio de um veículo de comunicação e seus profissionais. Para construí-la e manter a confiança do público é necessária uma série de pequenas ações cotidianas ao longo do tempo. Para perdê-la, basta um único deslize.

Essa escola, que vem na tradição da grande imprensa livre mundial, sobretudo depois do seu período de profissionalização, finca-se na idéia de que o patrão do veículo de comunicação é o leitor. É para ele que trabalham o jornalista e o editor. Na busca pelo serviço prestado a cada indíviduo, há também um compromisso permanente com a sociedade democrática.

Mesmo para aqueles que não desejam seguir a carreira jornalística, é bom ter claro estes princípios, ainda mais agora, em que não se exige mais o diploma específico para o exercício do jornalismo, numa decisão infeliz do Supremo Tribunal Federal.

Talvez a disseminação desses bons princípios ajude a nortear aqueles que desejam se aventurar no mundo da informação qualificada. E ganhar leitores com o mesmo receituário com que a imprensa tradicional fez sua História: uma leitura clara, instigante, com conteúdo importante, surpreendente e de credibilidade.