Em 2003, quando levei O Homem Que Falava com Deus ao editor Pedro Paulo de Senna Madureira, ele disse que ninguém acreditava em livros de autores brasileiros sobre algo que não fosse o Brasil.
- Mas vou publicar mesmo assim - disse ele. - Porque é um livro seu.
Um mês após o lançamento, quando eu ainda fazia a noite de autógrafos, a primeira edição de O Homem que Falava com Deus - surpresa... - já estava esgotada.
Penso nesse episódio quase anedótico agora que lanço, tantos anos depois, um segundo livro que ronda o esoterismo: O Livro Proibido, série de episódios envolvendo um sábio proibido de falar e enterrado nas dunas da história.
Os tempos mudaram. Dessa vez, escolhi lançar o livro somente em versão digital, pelo Kindle da Amazon, como experimento. O sistema da Amazon permite vender o livro em qualquer lugar do mundo. Inclusive na forma impressa, pelo sistema on demand. Infelizmente, o Brasil é um dos poucos lugares onde isso ainda não funciona.
Velhas histórias ganham contemporaneidade, não apenas pela tecnologia, como pelos temas da obra, que me parecem tão atuais, num momento em que procuramos justamente uma luz em meio a um grandes caos político, religioso e cultural, potencializado pelas novas tecnologias.
Continuo gostando de temas esotéricos. Me aproximei deles ao ler, ainda adolescente, ao Sidarta de Herman Hesse, obra que influenciou não somente o que escrevo como o meu pensamento. Gosto da filosofia e da arte orientais. E de sua forma de encarar a natureza e a espiritualidade como uma coisa só.
Gosto do deserto do Sahara, onde estive três vezes, uma delas apenas para fazer a pesquisa para O Homem que Falava com Deus. Em especial, uma parte desse deserto, que chamam de El Rayan, a noroeste do Cairo.
Lá, as dunas são formadas por conchas, porque um dia toda aquela imensidão foi um fundo de mar. Tirei no El Rayan a foto que agora ilustra a capa de O Livro Proibido. Aquele lugar tem, de fato, algo de mágico.
A esses ingredientes, juntei também minha admiração por Borges, para quem histórias antigas serviam como fonte para uma erudição por vezes inventada, produto da mais pura e fina fantasia.
Nos labirintos de Borges, feitos de portas falsas, que parecem tão verdadeiras, ficção e realidade se confundem.
São estes mistérios que estimulam a mente e nos ajudam a encontrar respostas na vida real. Assim como O Homem que Falava com Deus, O Livro Proibido é um exercício de reflexão, tanto quanto um thriller ambientado num tempo milenar, e um jogo, um desafio, ou provocação.
Para comprar:
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