Collor decidiu renunciar, porque quando o processo de impeachment é aberto, ele é muito rápido. E ser impedido significava ficar mais tempo com os poderes políticos cassados. Por ter renunciado é que Collor está de volta à política, agora como senador. (Por sinal, não conseguiu ficar longe de mais esta onda de denúncias de corrupção. Parece que não aprendeu nada).
Dilma: o processo não resgata a honra |
Assim como Collor, Dilma não aparece recebendo dinheiro de ninguém, nem tem conta na Suíça. O presidente é preservado das negociatas justamente para não deixar suas digitais. Com tanta corrupção à sua volta, porém, Dilma não pode se fazer de inocente. Deixou grassar a corrupção no governo, sem sequer demitir ninguém antes da ação da polícia. Todo o seu governo é pecaminoso.
Ela disse que não vai renunciar. Ao contrário de Collor, talvez não tenha mais pretensões políticas. Ser presidente era o mais que podia aspirar. Não há como o PT salvar sua honra, e a da presidente, nesse tipo de processo. As provas contra os acusados são mais do que cabais.
O único lenimento para Dilma é que os parlamentares que instauram o processo têm suas digitais também por toda parte. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o mais notório e enroscado deles. O PMDB, que ficaria com o governo no caso do afastamento da presidente, é também um pau de galinheiro.
Cunha: não vai melhorar |
O Brasil está num quadrante miserável. Pior que a crise é a falta de ideias e de gente com moral para a reconstrução. É preciso recuperar a credibilidade do poder público, e para isso precisamos de um estadista cuja cara ainda não surgiu por aí.
Procura-se.