O Brasil anda pra baixo, em crise econômica e de ânimo, desacreditado de si. Foi preciso um britânico para lembrar o Brasil do Brasil.
Lewis Hamilton, 7 vezes campeão mundial, teve neste neste domingo passado (13.nov.2021) o seu dia de Ayrton Senna. E o Brasil teve de volta o seu dia de Brasil.
Há vitórias que definem os melhores. Há vitórias que criam as lendas. Ontem, Hamilton foi Ayrton e foi o início da sua própria lenda.
Tomou punições, teve de largar em 20º no treino, acabou em 5º; punido de novo, largou em 10º e ganhou a corrida. Pegou a bandeira brasileira e levou-a tremulando na volta do triunfo, depois ao pódio. Emocionante, especialmente para quem já viu essa “cena” no passado, a começar por ele mesmo.
Foi preciso um piloto britânico de uma equipe alemã para lembrar o Brasil do que é o Brasil. Ou o que pode ser o Brasil.
O país de Ayrton, das vitórias impossíveis, o país do homem que não desiste, o país do homem que sai das cinzas e mantém acesa a esperança. Ontem o britânico Hamilton, pulsante como um brasileiro, foi Ayrton –e, repito, foi Brasil. Resta ao Brasil ser ele mesmo.
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