- Voglio piangere! - diz a italiana, em cima da ponte Solférino, chorosa, dramática.
- Per ché?
- Perché no lo ho trovato...
Aqui nas grades da ponte, os amantes de Paris por anos a fio puseram seus cadeados e atiraram a chave ao rio, símbolo de amor eterno. A italiana volta e chora, ao não encontrar o seu, perdido entre tantos outros ou, pior, perdido para sempre.
A prefeitura resolveu tirar tudo, porque as grades estavam apodrecendo e caindo, houve protestos, e o que sobrou dos cadeados ficou.
Quem aqui passou com seu amor procura pelo cadeado deixado no passado. Seja pelo amor que ainda perdura, seja por outros, que acabaram, sempre recordação.
Ainda há muitos cadeados na ponte, mas bem os cadeados são eternos. O que não muda é o amor, e o que Paris foi feita para os amantes, cidade das artes em que o amor, matéria prima do artista, flui como o rio sob a ponte.
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