terça-feira, 6 de abril de 2021

Curare: dos tupinambás para os hospitais no Covid-19


Conta o meu médico, Virgílio Pereira, que no Einstein, hospital onde trabalha, utiliza-se o curare - um paralisante muscular - nos pacientes intubados de Covid-19, para evitar que rejeitem o equipamento, fisicamente intrusivo. Com isso, os pacientes não precisam ser amarrados, solução considerada agressiva ou desumana por muitos, como acontece em hospitais com menos recursos ou recursos esgotados.

Com isso, ganha um uso bem contemporâneo algo que já era conhecido pelos tupinambás quando no Brasil chegaram os europeus, tanto na caça quanto na guerra. Embido em flechas e lanças, o curare paralisava e deixava à mercê a presa e o inimigo, como vai contado em A Conquista do Brasil (1500-1600), hoje em sua quinta edição.

Mais um caso em que o passado se faz presente, parte porém de uma outra guerra, e dessa vez como instrumento da medicina. 

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