Meu filho era bem pequeno, dois anos, quando foi à escola pela primeira vez. Na saída, vinham os pais buscar as crianças, dentro de um corredor onde todos ficavam esperando. Chegava o pai de um, homens na maioria, o coleguinha ia lá e pulava sobre ele. Chegava outro pai, levantava o filho, e corria para ele abraçar.
Entro eu, André me vê, cem correndo, me abraça pelas pernas, olha do redor e diz, feliz e como quem avisa.
- Esse papai é meu!
Há muitos momentos especiais na minha vida com meu filhos, mas dois apertam particularmente meu coração.
Quando ele tinha sete anos, certa vez, olhou para mim, como às vezes faz, tirando algo do nada.
- Você vai ser meu papai para sempre!
Eu nunca tinha pensado que filhos podem escolher os pais. Para mim, algo tão natural. Mas André tinha razão. Pais, assim como filhos, podem ser escolhidos - tanto que nem todos vivem juntos, e alguns se afastam assim que podem.
Diz o meu próprio pai, num provérbio que ele atribui aos chineses, que filhos nascem para ensinar os pais. E é verdade: vemos a necessidade de corrigir nossos erros, para ensiná-los melhor, e também aprendemos com eles principalmente a melhor talvez a única, forma de amor. Aquela que realmente nos torna únicos e tão especiais.
Sou um sujeito muito feliz. Escolhi meu próprio pai. E
também o meu filho. Por sorte, são os mesmos que me deu a natureza.
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