Contardo Calligaris era um um pensador interessante, versátil e muito popular. Levou as preocupações que fizeram dele um psicanalista a um grande público, seja por artigos em jornal, uma excelente série de streaming (Psi) e mesmo o romance.
Ironia das ironias, o seu "O Conto do amor", publicado pela Companhia das Letras, revela que o homem que estudou o ser humano boa parte da sua vida não sabia o que era o amor - ou, ao menos, não o achava possível, como sugere o próprio título do livro. Calligaris vivia sozinho, mas fez dessa busca pelo amor, como condição necessária para a felicidade, seu interesse maior - e, assim, sua vocação.
Procuramos aquilo de que mais precisamos - e ele tentava ajudar os outros naquilo que não via para si. Morreu de câncer, aos 72 anos, e me deixa a impressão de uma vida plena, ao menos para quem acredita que a vida é sempre uma busca, na qual jamais alcançamos a plena realização.
Procuramos aquilo de que mais precisamos - e ele tentava ajudar os outros naquilo que não via para si. Morreu de câncer, aos 72 anos, e me deixa a impressão de uma vida plena, ao menos para quem acredita que a vida é sempre uma busca, na qual jamais alcançamos a plena realização.
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