A França, em Londres |
O terrorismo, no entanto, é seu próprio inimigo. Traz de volta nas pessoas o espírito coletivo. Une o mundo civilizado. Lembra a todos que cada um tem seu papel na busca pela paz. Faz de cada cidadão um vigilante contra a barbárie.
Poucos países do mundo podem se orgulhar de uma história tão ligada à liberdade, à igualdade à a fraternidade quanto a França, que fez desse tríptico seu lema histórico. O alvo dos ataques foi bem escolhido, se pretendia levantar o mundo contra o extremismo.
O atentado em Paris tem um lado irônico. A Cidade Luz e a França são alvo de terroristas justamente pela liberdade com que recebem estrangeiros e por sua humanidade. A França tem uma pesada conta social, para dar educação e saúde à população mais pobre, que forma hoje a periferia da capital. Ela é em boa parte feita de expatriados muçulmanos, que foram para lá na esperança de uma vida melhor.
Estamos na era da intolerância. Não se pode confundir o terrorismo extremista e bárbaro com o islamismo ou o mundo árabe. O radicalismo fundamentalista é coisa de uma minoria, talvez ainda menor que o extremismo de direita, por exemplo, na sociedade americana. E que já foi responsável por atentados igualmente execráveis, como a bomda de Oklahoma ou o assassinato dos irmãos Kennedy.
O que falta ao mundo livre, isso sim, é um melhor serviço de inteligência. Não se pode tolher a liberdade de ir e vir, e é preciso respeitar a privacidade e os direitos dos cidadãos. Porém, também é preciso monitorar melhor o risco de ataques como o ocorrido em Paris, e neutralizá-los antes que aconteçam. Quando um atirador entra num restaurante matando gente inocente, o serviço de inteligência já falhou.
O terror não se combate com exércitos, nem repressão, ou patrulhamento moral. É um crime como outro qualquer, que demanda prevenção.
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