Poucas palavras para grandes sentimentos
Pouca gente compra ou lê poesia. Esta é, para mim, a mais sublime das artes. É uma ação rápida para extravasar sentimentos. Por natureza, a poesia é extrema. Sua virtude está em colocar em poucas palavras grandes sentimentos.
Ver Doutor Jivago me deu de repente vontade de escrever poesia. Mas ando vazio. Com a morte de minha mãe, escrevi o último de meus poemas ano passado, justamente sobre ela. Divido-o aqui com vocês. E acrescento dois poeminhas anteriores, que mostram bem a relação entre a poesia e o estado de espírito de quem os escreve.
Amor que fica
O tempo é tão sem tempo
Que começa quando acaba
Assim ao menos que parece
Na parede da memória
O tempo é tão sem tempo
Que constrói quando desaba
A gente nunca esquece
Uma saudade com história
Permanente é o amor
Que é fruto da estação
Na primavera ele é flor
E tempestade de verão
Quem ama, tudo quer
Amor de mãe e protetora
Amor de filha e mulher
Amor de amiga e professora
Esse amor que enche a gente
Não tem dia nem tem hora
O que termina está presente
Faz da gente o que é agora
Tantos erros neste mundo
Ainda há por reparar
Se eu tivesse um segundo
Eu fazia o amor ficar
Se eu tivesse o poder
De criar vida, fazer luz
Se pudesse mesmo ser
O Deus que nos conduz
Fazia mais gente assim
De sonho e pé de feijão
E deixaria o amor pra mim
Pra salvar meu coração
Thales
ResponderExcluirAdorei o que voce escreveu. Nunca havia lido um blog seu. Voce é extremamente inteligente e escreve muitíssimo bem, desde os tempos da faculdade. Parabéns pela excelente carreira.
A saudade
A vida é como uma onda
As pessoas vem e vão
vem e passam por nossas vidas
como um furacão
As ondas trazem a saudade
As rajadas de vento, a tempestade
E o frio, a solidão
No mar, ficam as lembranças
de um tempo sem memória
Um tempo que a areia do mar
Insiste em apagar a história
Na vida, nada é certo
Nem o presente, nem o passado, nem o futuro
Dos sonhos constrói-se o presente
Do passado, ficam as lembranças
E o futuro será construído
com a somatória dos sonhos e das lembranças
Roseli Xavier de Oliveira