segunda-feira, 6 de março de 2017

Um exílio para voltar

O que estamos fazendo aqui? Fuga do Brasil e da realidade? Volta súbita a um passado de esperança, ou esperança renovada?
Retirados de um país sem perspectiva, sinto-me novamente no exílio voluntário. Hoje, os exilados brasileiros não têm motivação política. Apenas cansaram de lutar inutilmente por um país que teima em reprovar, na prática, as previsões sobre seu futuro promissor. São previsões mais baseadas na riqueza natural do território explorado por estrangeiros e pelos próprios brasileiros que se instalaram no poder há gerações – e dele extraem a riqueza, como quem drena o seu sangue.
O Brasil hoje está perdido, mais perdido que nunca, sem uma liderança capaz de renovar a economia, restabelecer os bons valores, recolocar a coletividade nos trilhos. Dar pesrpectiva ao país e a seus habitantes honestos e trabalhadores, hoje apenas frustrados, exaustos de tanto sacrifício.
Na vida, no País, vi tanto esforço, e tantas vezes, apenas para tudo desmoronar ou ser desconstruído. O Brasil do Estado de Direito, da honestidade, da democracia, da estabilidade econômica, da justiça social, do exemplo de liderança para o mundo surge em espasmos – e volta a desaparecer. Tantos recomeços, tantos avanços supostos, e, de repente, não sabemos onde estamos.
A bolha de ilusão dos últimos anos explodiu de repente. Nada temos, a não ser o desnudamento das coisas como são. Pelo menos a justiça não se rendeu, e faz o seu trabalho. Mas mesmo com tantos indo para a cadeia na operação lava-jato, do governo e fora dele, não há razão para otimismo. O que aconteceu, em larga escala, é apenas reprodução do que acontece no Brasil desde a colonização portuguesa, como pude me conscientizar ao pesquisar para os livros A Conquista do Brasil e Desbravadores do Brasil.
O Brasil sempre foi isso: um largo território para ser espoliado por arrivistas e a elite nele incrustrada. Apropriaram-se dos recursos naturais e se acostumaram ao mais selvagem tratamento do povo, desde a eliminação simples do índio até a escravização e submissão da gente mais simples. Já era assim, e tudo indica que sempre será.
Vejo na Europa bastante pobreza. Em Roma, há muitos mendigos na rua. Não há aquela gente bem vestida de outros tempos, mulheres chiques de meias negras rendadas e cavalheiros em ternos Zegna. Os taxistas entraram em greve por causa do Uber. Volta e meia, uma passeata causa rebuliço na rua. Mas há a velha cultura. A educação. O orgulho. E respeito pelo ser humano.
Agora percebo o que viemos fazer aqui. Não é para esbravejar ou esperar que mudem os outros, o Brasil ou o mundo. No meu caso, é para voltar a ser o que eu era. Ganhar energia, para ter novamente a esperança: de uma vida melhor. De um mundo melhor. Ter de novo esperança no amor. No bem.
Vim para reencontrar o que gostei e gosto. Lembrar das minhas razões. Da minha identidade. Lembrar do desenho e das fontes de criação. Da vontade de escrever. Recuperar a crença na felicidade, na construção do futuro, nas ideias, ideais e sentimentos que me levam aos livros; não o fim, e sim o ponto de partida para a ação.
Venho não para o exílio, afinal. Ou venho para o que servem os exílios. Venho, como sempre, para voltar.

domingo, 5 de março de 2017

Anita e a vida ao extremo

O frontão da tumba de #anitagaribaldi no #gianicolo  em #Roma retrata a cena em que ela procura #Garibaldi entre os mortos da batalha de Curitibanos. Na realidade ela era prisioneira de guerra e, depois de ver degolados seus companheiros, conforme o uso dos gaúchos, pedira para procurar o marido no campo de batalha. Grávida, obteve o favor do general imperial. Ela estava certa de que Garibaldi não estava lá. E usou a oportunidade para fugir.

Outra cena do frontão traz Anita liderando um grupo de cavalaria. Há um célebre episódio em que ela, grávida, se lançou à frente sozinha contra o exército inimigo, muito superior em número, quando a coluna farroupilha buscava se juntar a Bento Gonçalves no sul. Para que ela não morresse, os farroupilhas,  que antes hesitavam no ataque, tiveram de avançar. Venceram a batalha, com pesadas perdas. Aquela  era Anita.


*
Ao terceira cena do frontão de #Anita no #gianicolo em #Roma mostra Garibaldi carregando Anita no colo. Cercado pelo inimigo, sem poder contar com abrigo, e com a mulher grávida e doente, viveu o momento mais dramático de sua vida. Garibaldi e Anita viveram a vida no extremo - o que sugere também o extremo amor que os ligou.


*

Ao voltar para a #Italia, a bordo do navio Bifronte, cujo nome ele trocou no trajeto por considerar vergonhoso, #garibaldi trouxe também sua sela, com estribos para os pés e para apoiar a lança. Hoje ela está no #museudorisorgimento, em Roma, assim como um par de calças, a boina turca e outros objetos pessoais. Levou para Itália também 60 homens da legião italiana, os "camisas vermelhas", depois de enviar na frente #Anita,  que como ele aprendeu a montar e guerrear como os gaúchos - e ganharia um lugar também na história italiana. #anitagaribaldi #romance #romancehistórico #romancebrasileiro #guerra #risorgimento

De onde saem as histórias


Daqui de Bolonha saíram meus bisavós e as histórias contadas por meu avô que deram origem ao meu primeiro #romance, #filhosdaterra. Nele eu já falava de #garibaldi, heroi de meu avô José, assim com de seu pai, Mauro.

Contava o velho José histórias do homem que desde criança mostrava sua coragem, entrava nas igrejas em pata de cavalo e revelava as atrocidades que lá se cometia: mais que unificador, o salvador da pátria. Eu herdei aquela admiração e sempre tive vontade de escrever sobre Garibaldi,  projeto que agora realizo com #anita, minha história de #anitagaribaldi,  sob a perspectiva do homem que a amou.

Reencontro #garibaldi em #Bolonha, na efígie da via della Indipendenza, e a família nos nomes pela cidade: Fiorini é uma alfaiataria elegante na Piazza Grande, Melega um mercado das delícias bolonhesas numa rua próxima. 
Caminhando, vejo gravado numa lápide que seis Fiorini e três Melega morreram por se opor ao nazi fascismo. Era para eu ter nascido aqui, se meu bisavô Mauro não tivesse sido forçado a procurar a vida no Brasil. Para cá eu volto, refazendo seus passos, e o caminho das histórias, transmitidas de pai a filho até caírem nas páginas em branco nas quais eu tento ressuscitar toda essa gente. #Anitaoromance #vemlivronovoaí

 

#Anitaoromance #vemlivronovoaí

Desenhando entre vinhedos


A Mulher desaparecida hoje corre em meio aos vinhatais de Fienil del Monte, a poucos quilômetros de Soave, onde nos hospedamos em uma casa em meio aos vinhatais. Fomos tomar café na vila pela qual passamos antes de carro, na estrada. Achamos aberto somente o bar de uma senhora afônica, chamado Deja Vu (“aqui a gente nunca entra pela primeira vez”, eu brinco).

Saímos do bar – eu na frente. Ela para por um instante, olha para mim e diz: “Você está muito style”. Poucas vezes ela me vê de casaco de couro, chapéu e cachecol. Faço cara de desdém, como sempre. E ela, com traje de ginástica, propõe ir correndo na frente para buscar o carro.

Ando sozinho pela estrada e entro na alameda de cascalhos, entre vinhedos, no vale de Ilasi, com os alpes nevados ao fundo. As parreiras estão secas e formam uma cama de galhos que sobe as encostas, pontilhadas por casas de pedra e paredes pintadas de terracota, entre janelas de madeira verde.

É a Itália de meu bisavô, que arava a terra perto daqui. (“Meu pai dizia que a terra, na Itália, é mais fácil do que no Brasil”, contava meu avô). Terra trabalhada por séculos a fio, onde piso, como se os Fiorini nunca tivessem saído daqui.

Caminho ouvindo meus passos no cascalho, em meio ao silêncio circundante. Ao lado da alameda, um ribeirão corre sobre pedras. Cruzo uma ponte sobre um rio seco, que parece levar a um mar de granito, e penso que, assim, nós (meu bisavô, o avô, minha mãe e eu) somos o rio, na parábola do tempo, de Herman Hesse, em Sidarta: a água passa, mas o rio é sempre o mesmo. Aqui estou eu, como meus antepassados, parte da correnteza que se confunde com o tempo.

Vamos ao castelo de Soave, habitado entre os anos 1000 e 1300, conquistado sucessivamente por suevos e italianos de #Veneza e #Verona. Propriedade de uma família de mecenas desde o século XIX, hoje encima galhardamente o pequeno burgo murado. Tomamos café no fim da tarde entre jovens de preto, no único bar aberto. Soave é uma cidade de turismo de fim de semana e há pouca gente e poucas lojas abertas neste final de inverno.

Vamos a Verona. Visitamos a arena romana, quando a luz da tarde já cai, pintando o céu de rosa marmóreo: homens já trabalhavam na construção do palco para as óperas, na temporada de verão.  Cruzamos a velha ponte românica sobre o Adige, visitamos a casa de Julieta, na verdade de um "Capelleti" que associaram aos Capuletto", com uma sacada iluminada sobre um pátio, como no drama de Shakespeare, e uma estátua em bronze da célebre personagem da ficção. As paredes do túnel de entrada estão cobertas de mensagens de amor. Faz frio mas ali as paredes antigas e o vaivém de gente são calorosos.

De volta a Soave, tiramos o dia seguinte para caminhar. Tomamos café ao lado da casa, diante dos vinhedos; ali eu sento numa cadeira esconjuntada para desenhar o cenário com o caderno e o pedaço de carvão que a Mulher Desaparecida me deu. Subimos a estrada de Fienil del Monte, passamos por uma bucólica igreja, com a vista para o vale. No alto do morro, duas horas de boa caminhada, um velho castelo abandonado, sombra de outros tempos, batido pelo vento e o sol límpido da tarde, é o ponto final: dali se vê todo o Vêneto, um lago lá embaixo, o sol.

Arriscamos na volta cortar a estrada sinuosa, nos perdemos, voltamos atrás. Fazemos nosso piquenique ao lado da igreja, com vista para o vale: queijo e a garrafa de vinho local que a Mulher Desaparecida toma no gargalo, entre risos, sob fachos da luz solar. Somos riso e despreocupação: não penso em outros tempos, outros dias, outras felicidades, trabalhos feitos ou por fazer. Não há passado, nem futuro, só o presente, e a mão de minha mulher, que volta e meia pelo caminho da descida encontra a minha.

Último dia em Soave. Conheço Claudio, dono do vinhedo onde nos hospedamos. Um homem de quase sessenta anos, cabelos brancos, um pouco compridos, que lhe dão o ar de uma juventude gasta. Nós o víamos ao longe, todos os dias, com um alicate de jardim na mão, podando os vinhedos. 

Pergunto como é a vida ali. A casa de Claudio é de 1800; explica que faz o que fazia seu pai. mas pode ser a última geração da família a cultivar a terra. O filho, Mattheo, estuda Direito em Verona, quer ser advogado. Ele balança a cabeça, meio frustrado. "Para que servem advogados?", ironiza. "Alguém tem de beber o vinho!", respondo. "É verdade!", ele concorda, e ri.

Nos seus 55 mil metros quadrados plantados, Claudio explica que todo setembro vende suas uvas à cooperativa: valpolicella, 12 euros o quilo, três vezes mais que soave, a uva autóctone do vale. Recebe o dinheiro dividido em cinco vezes por ano. "Dá para viver, sem luxo", diz ele.

Tem um restaurante que funciona em fins de semana, onde deixou um brasileiro cozinhando em seu lugar. "Já tenho de cuidar sozinho do vinhedo, é muito trabalho", diz. "É já  estou um pouco velho." "Mas cozinhar é uma das poucas coisas que os velhos fazem melhor", eu digo. Ele se diverte comigo.

Para ganhar um pouco mais, agora Claudio aluga 5 apartamentos na sua torre de pedra pelo airbnb. Quem cuida disso é o filho mais novo, Mattheo, que estuda Direito em Verona. Abana a cabeça. " ara que serve isso?" , lamenta, como se fosse o último a pertencer àquela terra. "Advogados são importantes", digo. "São eles que bebem o vinho!"

Claudio ri de novo. Me leva ao fundo do galpão e entrega duas garrafas de tinto sem rótulo. #Valpolicella da casa, pequena produção que ele mantém para consumo próprio.  Pergunto quanto é. "Regalo", diz ele, e sorri.

*
Perspicaz como sempre, depois de duas semanas de viagem a Mulher Desaparecida observa que eu mantenho a mala arrumada, mesmo sabendo que ficaremos alguns dias. Ela se estabelece, se espalha; eu estou sempre pronto para a partida.

Só por isso, hoje deixei os sapatos e as meias jogados de qualquer jeito. Sem dúvida, este é um dos poucos lugares do mundo onde eu realmente gostaria de ficar para sempre.



sexta-feira, 3 de março de 2017

Antes da primavera

Claudio nasceu aqui e cuida das vinhas como seu pai. Mora a  quilômetros de Soave, num casa de mais de meio século entre vinhedos que vêm passando de geração em geração. Nos três dias que ali passamos, o vimos caminhando nos vinhedos, amarrando galhos e podando as videiras com o cuidado de um japonês e seus bons aí.

Nos seus 55 mil metros quadrados plantados, cultiva  valpolicella, pela qual recebe 130 euros por 100 quilos de uva - o dobro do que recebem plantadores de soave, uva autóctone do vilarejo mais próximo, à  sombra do castelo dos Scala. Habitado entre os anos 1000 e 1300, conquistado sucessivamente por suevos e italianos de Veneza e Verona, tornou-se propriedade de uma família de mecenas desde o século XIX. Hoje, como uma coroa de pedra, encima galhardamente o pequeno burgo murado.

Claudio entrega as uvas em setembro à cooperativa e recebe o dinheiro dividido em cinco vezes por ano. "Dá para viver, sem luxo", diz ele. Tem um restaurante que funciona em fins de semana, onde deixo um brasileiro cozinhando em seu lugar. "Tenho de cuidar do vinhedo,  é muito trabalho", afirma. "E já  estou um pouco velho."
"Ma i vecchi cuccinano meglio", eu digo.

Ele ri.

Claudio aluga 5 apartamentos na sua torre de pedra pelo airbnb. Quem cuida disso é o filho mais novo, Matteo, que estuda Direito em Verona. Abana a cabeça. "Para que serve isso?" , lamenta. "Advogados são importantes", digo. "São eles que bebem o vinho!"

Claudio ri de novo. Me leva ao fundo do galpão e me entrega duas garrafas de tinto sem rótulo. Valpolicella da casa, pequena produção que ele mantém para consumo próprio.  Pergunto quanto é. "Regalo", diz ele, e sorri.

Na Itália, terra de meus avós, a generosidade inunda o dia.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Anita Já chegou

Anita, o romance. Já à venda. Agradeço a todos que puderem dar suas estrelas e deixar seus comentários nos sites de venda, além de compartilhar suas impressões sobre o livro nas redes sociais.
http://www.saraiva.com.br/anita-um-romance-sobre-a-coragem-9424111.html

https://www.amazon.com.br/s/ref=nb_sb_noss/131-8314275-6946704?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&url=search-alias%3Daps&field-keywords=anita+thales+guaracy

http://www.livrariacultura.com.br/p/livros/literatura-nacional/romances/anita-46480035

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

A educação como saída para o Brasil

Certa vez, ao entrar no apartamento de minha mãe, quando ela estava já aposentada há muito tempo, encontrei sobre a mesa um exemplar do Caminho Suave - a mesma velha cartilha com que ela me ensinou a ler e escrever, aos quatro anos de idade. Perguntei o que fazia aquilo ali. "Descobri que o zelador é analfabeto", disse ela. "Estou ensinando ele a ler e escrever."

Minha mãe foi professora, na mais nobre das posições, que é a de dar as primeiras letras. Muita gente não se dá conta da importância disso. Ao cruzar com o zelador, tempos depois, ele, que nunca havia me dado atenção, me parou na porta do elevador. "Você é filho da Marlene?" - perguntou. Com a resposta positiva, tentou de todas as formas explicar como era grato a minha mãe. "Agora eu já posso saber que ônibus eu estou pegando", explicou.

Naquele resumo singelo estava tudo: aprender a ler faz o homem olhar o mundo de um jeito completamente diferente. A educação abre o mundo para o cidadão. Transforma o indivíduo e um país. Quantas vezes fomos parados na rua, eu e minha mãe, por algum aluno antigo dela, que vinha cumprimentá-la. Já adultos, não se esqueciam da professora. E vinham, gratos, dizer o quanto ela tinha sido importante para eles.

Conto isso porque sei que a experiência de ser professor hoje é muito diferente. Embora minha mãe jamais abandonasse sua vocação, poucos hoje têm coragem de encarar essa missão. Uma pesquisa recente mostrou que hoje ninguém quer ser professor no Brasil. Não é só por causa do salário. Não há alunos. Gente que queira aprender. Que veja, na educação, perspectiva de vida.

Tenho uma prima, Thais, que foi professora do ensino público. Sua escola era sitiada pelos traficantes. Alunos entravam armados na sala de aula. Intimidavam qualquer um. Minha mãe, que faleceu há oito anos, talvez lhe dissesse algo alentador. Eu não soube o que lhe dizer, quando ela desistiu.

Tenho outro primo, Rogério, diretor de uma escola pública num bairro de periferia em São Paulo. Ele continua a trabalhar. Mas vai para a escola diariamente como um trooper vai para a guerra. Não posso dividir aqui as histórias que me conta. Mas são de arrepiar.

Sem educação, o Brasil vai ficando sem saída. É preciso um poder transformador muito grande para fazer esse círculo vicioso girar novamente no bom sentido.

Minha mãe tinha fortes paixões políticas. Uma delas foi Leonel Brizola. Quando eu era editor de política e assuntos nacionais em Veja, ela me obrigou - algo que eu não podia fazer de jeito nenhum, na posição em que estava - a pedir um autógrafo em seu nome para o velho caudilho, durante a campanha presidencial de 1989.

Brizola defendia como ninguém a ideia da transformação pela educação, por conta da sua experiência pessoal, de menino pobre que devia tudo à escola. Levava isso a sério e como governador do Rio Grande do Sul e depois do Rio promoveu os maiores programas educacionais já vistos no Brasil.
Como jornalista, escrevi sobre brizola como sobre qualquer outro político. Pessoalmente, eu o achava um orador brilhante, mas muito xenófobo e politicamente meio atrasado. Agora que já não tenho minha mãe, e um pouco mais velho, acho que ambos - ela e Brizola - tinham razão. E que gente como eles - na sala de aula e na política - é que salva o mundo.